Sem motivo. Sem razão. Só me deixou as lembranças, as palavras boas, e principalmente, a saudade.
Todos os dias eu acordava e olhava para o lado com a esperança de vê-la, preparava o café da manhã para dois, almoço para dois, e à noite servia o vinho em duas taças; mas ela nunca vinha, ela nunca voltou. É tudo uma grande ilusão.
Meus amigos diziam que eu preciso seguir em frente, que não posso me prender a essa ilusão, que devo guardar as memórias para lembrá-las depois e não fazê-las da minha vida. Porém, a vida não faz sentido sem ela aqui, as palavras são banais, os programas não me entretêm, os lugares não me atraem, as pessoas não me convencem.
Eu só consigo amá-la, eu só sei querê-la, é apenas dela que eu preciso. Eu faria qualquer coisa para tê-la aqui comigo, cruzaria o mundo, iria até o sol, conquistaria uma galáxia; mas ainda não seria o suficiente, nada a traria de volta. Ela se foi e eu estou aqui, mundos diferentes.
Os dias estão passando e eu não estou vivendo, é assim que decidi. Não tenho motivo. Parei de comer, de beber, os sonhos me atormentam e, dessa forma, não durmo. Não atendo telefonemas, não recebo visitas, não abro janelas, mal deixo o ar entrar. Não tenho razão.
Minha vida acabou no momento em que o coração dela parou de bater. Ela era a minha alegria, minha vida, meu ar. E eu perdi tudo. Nada mais me mantém aqui e, por isso, com as minhas lembranças e saudades, estou desistindo desse mundo para encontrá-la, novamente e finalmente. Esse é o meu ultimo suspiro."

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